roda pé

o escuro de que falo

não é escuro da noite

que vem quando se fecha

o dia ou as portas da casa

o escuro de que falo

é desse mais perto, que

nos habita nas carnes,

e que nos amolece os

ossos e corta como navalha

é esse escuro que se

esconde no tempo, que

nunca vai embora como

se fosse um fermento,

que nos finge tamanho

mas são pedaços dispersos

e aberto que em verdade

não se cola, e que choramos

por ele e nos debatemos

sem ele, é o escuro que

se não tiver, nos perderemos

já que ele é nossa parte

guardada, é nosso rodapé

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 06/04/2013
Código do texto: T4226844
Classificação de conteúdo: seguro