SÓTÃOS DO ESVAECER...
Ao pôr-me sobre ondas bravias
embatendo com corsários navegantes
arrebatei a minha afável musa
dos catres aferrolhantes.
Ao bracejar com afoito
aforei-me à minha inebriante bela
todo o meu corpo e o meu ser
acorrentando-me ao seu corpo como sela.
Emergimos desta loucura sensata
descemos as luxúrias dos impudicos
nos sótãos do esvaecer
este grande nosso querer
aos gracejos lúdicos.
A aurora nos toca no convés
convidadora a nos despertar
dos nossos braços e entrelaços
de um crepúsculo sucumbido pelo mar.
O ondear nos torna plácidos
das culminâncias orgíacas
consuma-se o esplendor
deste todo nosso ardor
escritos e tatuados
neste poema de amor.