A PROCURA DO MEU EU
Abri o meu coração
Tirei um favo de mel,
Ofereci o meu céu
A tua degustação,
Hoje respondes que não,
Que nada te foi ofertado,
Nada meu te fora dado,
E me tiras o que nem te dei:
O meu eu, o meu tesouro,
Meu lindo velo de ouro...
Respondes: não vi! não sei!
Mas tu sabes que em algum canto
Do teu vindouro desencanto
Que minha mão está lá
Ávida a me procurar
Dentro do corpo sombrio
Gelado, mortiço, frio
E um dia eu hei de me achar!