a nascente do rio

Eu que ainda trago em ternura

Do campo essa escrita partira

O andar de Ieda quase muda;

Correndo nas valas imundas;

Que fazia do chão um altar

Tão bela e de tanta formosura

Fazia de farol o meu olhar

Que nela explodia em fúria.

Ela que, em memória, não cresceu,

Empareda é ainda uma infanta,

Que vive no ano perdido,

O ano que dele não me canso:

Um rio que tomba nas pedras

Que sei que existe e cresceu

Que vaga violento para o mar

Mas sua nascente não esqueceu;

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 05/04/2013
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