Jorro de Bobagens

Escrevo sem lógica

Escrevo sem patria

Escrevo sem métrica

Escrevo sem prática

Escrevo num jorro de bobagens que me acometem, atropelando a mão e assim sigo

Não escrevo para ninguém, nem tão pouco para mim

Escrevo porque talvez serei, lembrando quem eu era numa folha de papel

Falo da humanidade e de sentimentos não meus, para achar nisso tudo um pouco de mim, achar minhas cordenadas nesse mapa de infinito

Ou quem sabe falo de mim, tentando achar algo neles, que nos aproxime

Nada disso pensarei

Falo de mim para eu mesmo

Do eu pensante, para o eu vivente

Estes, dois estranhos em uma só morada

Pois o de dentro é rei, sabedor disso sente-se lixo horas, horas outras ouro puro

O de fora é humano e não dos melhores

O de fora é farda, é rótulo e esse não muda, e esse não Interessa, apesar de ser esse a quem todos vêem

FSantana
Enviado por FSantana em 05/04/2013
Código do texto: T4224983
Classificação de conteúdo: seguro