Jorro de Bobagens
Escrevo sem lógica
Escrevo sem patria
Escrevo sem métrica
Escrevo sem prática
Escrevo num jorro de bobagens que me acometem, atropelando a mão e assim sigo
Não escrevo para ninguém, nem tão pouco para mim
Escrevo porque talvez serei, lembrando quem eu era numa folha de papel
Falo da humanidade e de sentimentos não meus, para achar nisso tudo um pouco de mim, achar minhas cordenadas nesse mapa de infinito
Ou quem sabe falo de mim, tentando achar algo neles, que nos aproxime
Nada disso pensarei
Falo de mim para eu mesmo
Do eu pensante, para o eu vivente
Estes, dois estranhos em uma só morada
Pois o de dentro é rei, sabedor disso sente-se lixo horas, horas outras ouro puro
O de fora é humano e não dos melhores
O de fora é farda, é rótulo e esse não muda, e esse não Interessa, apesar de ser esse a quem todos vêem