Motivos insuficientes

Gosto das coisas sem destino

De tudo que tem asas

Do que não se vê, tal o vento

Do movimento contínuo das notas musicais

Gosto de saber que os astros no céu

Não se sabem ao léu

Em si mesmos constituídos

Cospem luz no miolo da noite

Quando a gente inventa

Motivos insuficientes

Para se embriagar

Entrar em coma onírico

Gosto de tudo que não tem começo

Pois assim

Necessariamente não terá o meio

E nem o fim