MORS ULTIMA RATIO

Depois de arrancada,

A flor já com morte cerebral,

Ainda consegue perfumar

A lapela do canalha,

Os cabelos de uma louca,

O pratinho da criança,

O jarro da minha mesa.

Depois de arrancada

Ela conserva a beleza

Ainda por alguns minutos

Presa na água gelada,

Mas já não atrai borboletas,

Já não excita o arranco,

Já não incita o toque.

Depois de arrancada,

A flor já não é flor

É ornato de feia sala,

Moldura de esquife.

A flor depois de arrancada

Vai dar cheiro a quem não tem,

Beleza a quem não aprecia,

Vida, quando já se foi.

E assim vai,depois de murcha,

Ao lixo.

Já sem cheiro, sem cor, sem função,

Mas há quem festeje seu fim

Ao dizer que só longe do jardim

Cumpre a flor sua missão.

Prof Lucivaldo
Enviado por Prof Lucivaldo em 04/04/2013
Código do texto: T4223175
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.