Futuro

A cada passo que dou

Dois são apagados

O vento incessante

Frio, me arrepia e

Gela meu espírito

O fantasma de duas caras

Reaparece para mim

Para muitas sua face

É a de um amigo

De algo a ser conquistado

Para mim apresenta-se assim

Sem face

Interrogando-me, questionando-me

Levando-me a escolhas aleatórias

Que lhe dão uma face

Não mais que temporária

E ao tempo de um passo

Dois são apagados

E ele surge aterrorizador

“Quem és?”

Pergunta-me

“O que queres?”

Questiona-me

“Qual teu objetivo? Por que segues andando?”

Constantemente, interroga-me

E a resposta... nunca sei!

Dou-lhe migalhas

Poeira dos meus pensamentos

Sou quem sou

Quero o que merecer

E sem objetivo, continuo andando

Por que simplesmente, não sei parar!

Mas, a cada passo

Dois são apagados!

Sigo em frente mecanicamente

E esse fantasma, amigo ou inquisidor

Sempre sem face para mim se apresenta:

“Pequena poeta, sou aquilo que não decidistes

Mas que te consome e te atrasa

Não sou nada

Mas tuas escolhas me fazem tudo

Se tu não me deres uma face

Tu nunca saberás quem és

E o que queres

Ou quando deves parar

Sou um amigo a ser acolhido

E não o inimigo que te interroga

Eu sou o inevitável, sou o amanhã

Sou aquilo que te espera quando acordares...

Mulher, sou teu futuro!”