NÃO SE TECE UMA MANHÂ

NÃO SE TECE UMA MANHÃ

Não se tece uma manhã

Com sobras do ontem,

Nem se borda uma esperança

Sem sonhos.

O homem é inconstante,

A vida é inconstante,

O amor não.

Eu sou o mesmo desde que nasci,

Mas, nos olhos que me vejo...

Sempre me pareço estranho.

Não se tece uma manhã

Com sobra do ontem...

Sou homem, fui menino

Mas, uma solidão houve...

Sempre!

Um conhaque semi - aberto,

Umas pessoas estranhas na sala.

Uma pessoa estranha no espelho!

Mudei tanto que o tempo,

Nem notou!

Nem eu...

Não se tece uma manhã

Com sobras do ontem,

nem se borda uma esperança

sem sonhos.

Então espero o galo de Cabral...

Que teça...

Essa manhã que espero!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 03/04/2013
Reeditado em 06/06/2021
Código do texto: T4222322
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