Quando o sol se for
Crianças anoitecem a morte nas periferias;
Adolescentes sem dentes,
São pais no estado da agonia.
Muitas dores ao por do sol;
Muita miséria ao redor dos muros da capital.
Não há empregos;
Não há Estado;
Não há politica...
E a família tem outro nome.
Há muita fome nas muitas bocas...
Há um laço cultural;
Há uma luta animal;
Há fantasias perdidas no local.
Além das ruas a violência na justa pedida.
Não há água encanada;
Não há luz adequada;
Tão pouco um centro de saúde que funcione.
Não há uma educação,
Muito menos segurança.
Conhecesse de perto a violência,
Aprende-se nessa guerra a morte.
Em cada esquina...
Meninos ou meninas.
Louco é quem consegue sobreviver,
Para asfixiar os olhos diante de tanto descaso.
Não há quem realmente se importe...
São filhos de um Jorge,
Que morreu há pouco tentando assaltar em algum lugar.
Assim, se faz a noticia.
Não sabiam eles e pouco importa, que a miséria é fundamental.
Vamos trabalhar o mundo,
Para não termos que nos encontrar com os degenerados sociais a porta do nosso lar.
Se não sabemos do amor,
Por favor, vamos nos sensibilizar...
Com as lágrimas de uma criança;
Com o orvalho na flor.
Vamos lembrar a esperança.
Pois amanhã o fim da tarde virá nos cobrar.