O QUILOMBO DOS PALMARES
obrigado por ter me visitado no Rencanto das Letras, e eis abaixo mais um trabalho poético pra voce.
O QUILOMBO DOS PALMARES
O quilombo dos palmares
não tinha esse nome não.
Eles eram do outro lado
de um país majestoso
da África mística e divina;
Tinham o sol como seu Deus
e adoravam as estrelas,
se reuniam em chopanas
naquelas tardes fagueiras.
Seus ventres semi-cobertos,
um costume de seu povo.
As festas eram sagradas,
no céu tudo era paz...
Os jovens cantarolando,
os velhos confabulando
os tempos não voltam mais!...
E os sonhos continuavam...
E riam, como eles riam!...
Riam até sem razão.
Ah fortuna inviolável !...
Os bárbaros povos chegaram
trazendo o luxo e avareza,
Mudando o riso em tristeza
E aos negros subjugaram
Tirando o que tinham de seu;
A pátria amada altaneira,
suas musas negras faceiras,
seus pais, seus filhos,
seus netos.
Das tribos doutras inimigas,
--agora, em uma só;
Com féros corpos marcados,
são vendidos como escravos,
em fétidos navios jogados
nos porões, e acorrentados.
-- O negro agora é servil...
-- Não !...
O bom guerreiro não para !...
A guerra continuara.
E o Quilombo dos Palmares
orgulhosamente é Brasil...
“Uma elegia à raça negra brasileira”
Acadêmico Geremias Alves