Paraíso promíscuo
Depois surgiu a primeira claridade do corpo
Sobre as artérias da escuridão por onde correm
O brilho das estrelas úmidas
Nessa multidão de outros
Espelhados entre o ser e o vale
Cortado pela imaginação
Invencível
Como esse pequeno rio que corta o jardim
Suave do carinho triunfante
Sobre os corpos das amantes entrelaçadas
No admirável baile dos desejos murmurantes
Enredando-se em pétalas de pele
No retrato da ternura em pose
Rosas azuis - lançadas aos cisnes
Curvas em movimento
Divinos corpos da melodia oculta
Poema aos pedaços entoando graça, paciência.
Iluminação de lábios molhados
langor profundo das almas em fogo e luz
Livres e felizes no paraíso promíscuo perdoado.