Limbo Cotidiano

Desgastes naturais

e minhas pernas cansam

de galgar degraus

e não chegar

e não há parada

somente solas de sapatos

rústicos demais

e não há asas

somente Ícaro no funeral

de cera

de choro

de lugar nenhum

ou de todas as esquinas,

e há murmúrios

e há crítica

mas, sem sequelas

e sem chapéu ao sol

e sem guarda-chuvas

mas, contínuos trovões

nascidos dos relampejos

ou do ventre do céu

que pariu historias

e pariu outro céu

sem estrelas

sem pássaros

sem paraísos...

Já não há infernos

nem há mais o purgatório

somente um sorriso

no limbo cotidiano;

e almas desgastadas

de sofrerem tão sós.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 01/04/2013
Código do texto: T4217654
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