Nada novo, de novo
São dias como esse
Dias iguais, sem razões a mais
Dias onde tudo se esconde
Parece tão longe o sonho
Parece tão perto o nada
Parece tanto o fim de qualquer amor
Parece que topamos em qualquer parada
Topamos qualquer parada
Qualquer coisa inacabada
Só pelo gosto de derreter
Pelo simples gosto de desfazer
Pelo medo de ser, de querer ser
De crescer, de sorrir sem temer
São dias como esse
Em que o céu brilha mais escuro
Em que nada parece estar puro
Onde a vontade mora longe da verdade
Onde o desejo reside no intenso segredo
Onde cultivamos o medo pelo simples medo
Medo de ser, de não ser, de não alcançar
Medo de não descansar, medo de descansar...
De mais! Por mais que haja o intuito de lutar
De buscar, de voltar, de terminar e começar...
De novo! O novo, o velho, o repugnante...
E o belo! No mais, o que há de mais em não...
Não saber definir, não querer desistir...
Por não saber o porquê... Um porque qualquer
O porquê de qualquer coisa, de qualquer poça
Ou de qualquer lagoa de saudade.
São dias como esse
Só mais um daqueles onde tudo digo...
E o tudo segue na roda do que não faz sentido.