Bordado à Chuva
Pela vidraça,
cristais de chuva
escorrem em teias.
No ar
um cheiro fresco
ecoa pingos.
Em delicado artesanato,
associo fonemas.
Suspendo o lápis,
agulha do invisível,
e prendo o pensamento
em fio prateado
para bordar em verso
o desenho que a chuva
escolheu
quando brincou de aranha
na tela da minha janela.
Desaprendo o mundo
no reflexo invertido
da gota
E bordo.
(Flávia Côrtes - Abril de 2012)
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