constatação
na mesa, três gerações:
uma que come, outra
que olha, outra insone.
três tréguas, três rios
que se vêem como
entroncamento dos anos.
encontro de três bocas,
três partes de mim
que não some.
uma olha, outra come,
outra insone.
todas querem a vida
como, sangue, o lobisomem.
E a tarde que se infiltra
na janela, deixa a mesa
mas clara como se essas
três partes não tivessem fome.