Tango ou poema dos pulsos cortados
Sobre a mesa jaz
um par de poema riscados
mortas as flores lilás
uma poça de vermelho encharcado
brilha a lâmina voraz
A vitrola não toca jazz
e os desencantos olham - se
de revez
os soluços balançam
os cachos de cabelo da moça
nos seus olhos lágrimas dançam
transbordam de seus olhos cor de mel
a lâmina indecisa entre canhoto e destro
brilha insensível aos acordes de Gardel.