SEM ASAS
(Sócrates Di Lima)
Arranquei minhas asas,
Não quero mais voar,
Elas eatavam sempre em brasas,
Viviam a se queimar.
A paixão não me pega,
Talvez o amor,
Desse quero levar outra esfrega,
pois amar, é o que tem de mehor.
Não quero um amor de carnaval,
Nem amor de estacão,
Quero um amor visceral,
Daqueles que arrebenta o coracão.
Quero um amor que me deixe louco,
Sexualmente transmissível,
Que me deixar teso é pouco,
Que me faça indomável e invencível.
O amor se mitur ao sexo,
Um sem outro é mero ardor,
Não há amor sem sexo, é o causal nexo,
Mas, há o sexo sem amor.
Não quero amor de cama,
mas a cama com amor,
E se nela não houver o fogo em chama,
Não passa de sexo com pudor.
Nunca perecível, e nem eterno,
Mas que me faça amar sem razão,
Pois, para que eu quero asas em folha de caderno,
Se minha libido está sempre embulição.