DE AMOR ME COMPADEÇO
(Sócrates Di Lima)
De amor padeço,
Compadeço.
Talvez...
Nem tanto,
Nem sei porque,
Por todo amor que não mereço,
Não me derramo em amor por querer.
E se na tábua dos mandamentos meus,
Lavras da minha alma me compadece,
Escrutino meus segredos como Zeus,
Que do Olimpo emana raios que não se conhece.
De amor me faço,
Me desfaço,
Me refaço,
Me compasso.
E assim dos sonhos passados,
Que já se fazem distantes,
Sempre me acolhi nos desejos dos enamorados,
Mas me sucumbi nos prazes dos amantes.
E se de amor eu me tomasse,.
Abriria os caminhos da minha mão a palma,
Ë como se num baú trancasse,
A senha que ejeta aquele amor da alma.
Que me perdoem os corações que amam,
Na sanidade de um amor sem fim,
Eu que não me encontro com amor em chamas,
Queimei as almas passadas dentro de mim.
E se nas manhãs eu me renovo,
Sentado em um banco de uma praça qualquer,
A espera de alguém que possa me ouvir,
As histórias insanas de cada mulher.
Ah! Que em mim profanado está o amor,
Que não vinga mais e nem se embriona,
Raízes quebradas sob o solo em ardor,
Sem a luz do Sol, sem o véu da Lua,
E sem nenhum esplendor.
De amor me compadeço,
Viver sem amor, então mereço,
Perdi o jeito de amar com sano amor,
Perdi a poesia e não me reconheço.
Porém, assim não pode ser ao restar dos dias,
Preciso urgentemente paginar minha vida,
Descorrentar-me do meu ego,
Desobedecer meu Superego,
E acentuar as loucuras do meu Id.
Não posso mais deixar se aproximar de mim,
Qualquer coração que estiver distante,
É fazer sofrer sem fim,
Alguem que possa me amar ou me querer amante.
Há que desfragmentar as marcas do meu destino,
Repintar minha essência,
Despir-me do amor inocente de menino,
Apagar a letra(poesia) que marca meu passado,
E reformular a mente e refazer o coração,
Para que no alvorecer de um novo legado,
Me certificar que amar, ainda, é o mais louco tesão,
Porque de amor me compadeço.