Sublimerável mãe
Visão cândida de áurea luz
Saltam dos olhos molhados de sereno
Que ao relento procuram
O olhar atento da mão que acalenta
E acaricia a pele seca e vazia.
Aconchego quente
Na noite fria.
Gritos de agonia
Embalando dores
De quem na madrugada
Segura seres, a vagar pelas vias.
Mulheres esquecidas,
Que despertam agonias,
Que toleram a vida,
A agonizar um pouco mais
A cada dia.
Mulheres fortes de fracos punhos
Sugadas pela prole
Até a última gota de energia.
Guerreiras das noites,
Das calçadas, dos relentos,
Das praças, das encruzilhadas.
Mulheres que não festejam,
Que resistem pelo olhar aflito
Do menino
Que busca o toque suave
Da mulher que não sabe
Que miseravelmente vive
A sublime missão de ser mãe.