Poemeto sofista

Poemeto sofista

Quero que me leias mas não que sigas meu insano rastro,

pois há sofismas evidentes nas vãs ideias as quais relato.

Sóbrio, não bebas no cálice errôneo da minha loucura,

para não te tornares, assim como eu, um pobre poetastro.

Não tens quem pintes, a ti mesmo fazes a tua pintura.

Segues teu rumo, perseveras na tua árdua procura...

Faz-te servil a tua essência e a usa como o teu lastro,

pra que as palavras mesmo rudes exprimam a candura.

Mesmo que eu rime os meus versos em descompostura

deixes que eu siga meu destino de escriba sarcástico...

Não almejo aplausos nem tampouco deleites orgásticos.

Que esse pobre soneto não te soes tão entusiástico,

mas que te sirvas de espelho pr'uma inversa figura

para que sejas genuíno no papel de criador e criatura