SAUDADES DA IGNORÂNCIA

Uma nova passagem se abre

Você apura o olhar

O feixe branco de luz se espalha

Revelando as imperfeições

Vai clareando as ideias turvas

E descartando as concepções

Alegria, generosidade, altruísmo...

Cai tudo por terra

Conscientes ficamos

É um novo mundo

Sombrio e perigoso

No qual vence o mais ardiloso

Nada de cortesia

Nada de espaço

Em meio ao caos se esquiva o virtuoso

Que saudades da ignorância!

Cobrindo com mesmero os sorrateiros

Por tantas vezes parecendo ordeiros

Enquanto em segredo confabulavam

O espaço é denso

Cheio de desconfiança e cautela

Avança a nuvem de poeira

Sobrepondo a forma singela

Dos amigos resolutos

Dos risos à toa

Da confiança em tudo

Não seria melhor cair no sono

Por que melhor estava

Agarrando a dimensão

Onde a simetria imperava?

Em um plano de plástico

Volátil

Adaptável aos medos

Fazedor de vontades

Sempre sem desespero?

Nisso não creio

Curando vazio com analgésicos

Estive sem sono, sem sorriso

Mas me restou a verdade

E fora isso, de nada mais preciso.

Deperiret Sonus
Enviado por Deperiret Sonus em 28/03/2013
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