O boato do velho anjo
Caindo na serpentina tragava um ponteiro no pulso
Diariamente indagava ao olhar, era apressado julgava-se,
Culto pelos trezes, ruas que caminhava, lá pelas três.
No bar sentava calado pedia rotineiramente um conhaque amargo.
Tinha sempre uma caneta no bolso esquerdo do paletó
Para acompanhá-lo na birita, poucas vezes sorria,
Nem mesmo falava, achava-se malandro por isso.
Todos no bar eram rotineiros ele não às vezes cruzava
Os braços ou colocava às mãos no bolso, sútil ou tenebroso.
Um dia se dirigiu a ele uma mulher cautelosa de aparência,
Tinha um perfume remoçado mas suave, ria gostoso sua,
Essência rodeando os turvos olhares, entre um poceiro de balcão.
Ele fingiu descrição, ela agonia, ele desconjuntado deixou a caneta cair,
Rapidamente ajeitou o colarinho abaixou para pegá-la, ela riu,
Descontraidamente, culto ele apenas voltou a tragar o relógio.
Tomou estranhamente seu conhaque, todos ali já se faziam sabido,
Do desconforto do rapaz, ela o sentiu e brincava com a situação;
Descruzava as pernas, como uma vulgar menina brincando de boneca.
Ele coitado suava calado numa terra de vítimas.