Fardo do Amor
Sem saber como, a Vida lhe batia e batia;
Chegava-lhe à surdina e escarrava-lhe amargamente,
Maldizia-lhe ao mesmo tempo em que o vento apitava sobre os telhados velhos.
Porém, curiosamente, as dores da Vida nunca lhe fora incomodo...
Até que a vida de repente, por pena, piada ou pura maldade;
Dissimulada, decidiu sorrir-lhe com um sorriso de compaixão
Como um terno sorriso de mãe, com o exalar do mais puro e nobre sentimento.
Rancoroso estava o ser, maltratado de ternura,
Perguntava-lhe que castigo maior a Vida podia lhe oferecer,
Por que um sorriso e não uma lágrima?
Por que lhe acariciava macio o rosto ao invés de receber um golpe duro à face?
Sentia sua essência esvaindo, pois estava a Vida lhe traindo
Rancoroso ficou o ser, maltratado de ternura
Rancoroso ficou o ser, envenenado de amor
Maltratado estava o ser por carregar tamanho fardo de amor.