DESPIDOS EM POEMA

Sinto-te despir-me com teus versos

Tua inspiração cobre-me na escrita tua

E tanto quanto sinto-me nua, sinto-me por tua poesia, vestida

E revestida,

Danço na chuva ao som de teus hinos,assim tua...

A poesia que me escreves é teu próprio beijo

Sedento de minha boca que também te espera,

Loucura de um desejo que acelera o corpo todo,

Derrama uma melodia no ar de nossa manhã

Que se levanta ainda sonolenta e cansada...

Denúncias que tua poesia escancara,

Nossa noite revelada.

Tudo que tentamos guardar em segredo

Aflora e deflora nosso pudor,

Espreita a candura e tira-lhe o medo

Desperta a fera adormecida...quase ferida...

É a pretensiosa poesia e seus instintos

Denunciando em novos tons... versos

De prosa ou rimas,

Descortinando nossos desejos e pecados,

Entregando-nos a julgamento

De alma sem emoção nem sangue poético,

Que nada entende de alma de poeta

Não sabe que tanto ele quanto ela

Entrelaçam suas vidas,

Porque a poesia que tecem

Se enamoram e se beijam

Em cada verso,

Em cada canção...

Vivem a eternidade

Enquanto efêmeras...