Poesias da juventude: distante poesia

Distante poesia

Ó dizeres, porque de mim foges?

Quando na penumbra do vale venho me esconder

Ó belas palavras, porque não se inundam em mim?

Se preciso tanto de mergulhar em retiro dos teus encantos

Ó rima, porque estivestes no coração de grandes?

E se recusas a embelezar meu viver?

Sabes que me alento envolta da essência deste pensar

E me embriago embalada no ritmo da calada da noite

Na beleza da tristeza me encasulo

Na esperança de na próxima estação

Nascer borboleta que livre vive e voa

E frágil, incessantemente busco a poesia

A fim de alegrar amargos dias

Ou de transparecer momentos belos

Busco-a, ainda que tão distante

Resultando em não mais que versos singelos

Todavia, para os momentos sem sossego.

Que querem se eternizar sem luxúria

Nada melhor que tais escritos sem formosura

Feitos da expressão desta alma aflita por ternura