Apocalipse
Ô Deus dos homens...
Tende piedade desse povo,
Cuja Ignorância é o seu maior trunfo.
Cuja inocência é a sua maior virtude.
Afora os dias esviceram...
Morre na morte do tempo;
Morre de fome a miséria em lamento.
E os pobres é que se habituem a beber e a comer a dor.
Que as lágrimas forçadas rasguem impiedosamente a face;
Que as mãos calejadas amputem de tanto trabalho;
Que as noites sejam de agonia,
Para que na hora, em que a lucidez se apossar da alma,
Não venha a insanidade ousar fazer você calar e
Se deixar ficar, sem permitir que a guerra,
Faça a tão sonhada justiça.
Não seria a lei maior que os homens?!...
Não seria a Democracia mãe da liberdade?!...
Como podem agora executar os direitos,
Calar a boa vontade e indignar a boca,
Até que a morte os separe.
Somos pelo respeito,
Mas que se não tiver outro jeito...
Melhor mesmo é inssurgir contra o leito.
Pois já não é justo a ordem se perder no progresso;
Sobretudo, olharmos com sernidade a morte, a fome e a miséria.