Face de contas
Não faço de conta
se com algo me descontento
se não tem alegria
eu invento
E nem acredito em vento
se não embolar os meus cabelos
tampouco creio em arrepio
antes do erriçar dos pêlos
Se você quer
pode
e não age
não me diga que não é covarde
Se você sente tanto o que não fala
tente saber
qual emoção
que te entala
Ah! Eu também não acredito em chuva
que não molha por dentro
se é verdade que você me quer
não acredite que vai me comover
com teu lamento
que pra santa ou perdida
jamais tive talento
Se você me quer
que venha me buscar
porque eu não me deixo
levar pelo vento!
Pode até trazer teu medo
(também tenho medo
e não me esquento
olho pra ele nos olhos,
e,se me decido
parto pra dentro)
antes de vir
olhe - o nos olhos
o enfrente
porque eu só posso amar
um medroso que seja valente!