Gauchadas.
Amor, pressinto teu cheiro, teu manejo, teu bojo.
Vejo tuas ancas se resvalando nas minhas feito suor roubado,
vejo teus versos se escondendo dos meus feito vadia qualquer.
Ainda é cedo pra irmos dormir, talvez um drinque, talvez um cisto.
Pequena dobrável se fazendo de santa,
fácil te traduzir, te cerzir, te ir. Fácil pacas.
Esqueço na hora de cada retalho, cada naco de nanquim ainda fresco,
gazela linda, mucama amada.
Penso nas tuas cores, nos teus seios ainda inertes, no gozo badalado de todas ruas sujas e remelentas.
Quero que tu sintas cada gole dessa cicuta deliciosa que trouxe de lá,
de cá, de sempre.
Quero te embalar enxarcada do meu suor como sempre te fiz ser,
te fiz crer.
Esquece tuas amarras, teus guizos, tuas fronhas ainda pouco encardidas da gente, pena.
Vamos nos furtar de querelas que ainda nem se pariram,
somos tecos do mesmo gargalho, do mesmo soberbo adeus.
Teus orixás ainda nem se renderam às manhas do vento,
estão aqui a postos esperando pelo nosso bote.
Chega de porres parcos, chega desse cheiro basco nos temendo, nos tremendo, nos sendo, nos vendo.
Ainda restam dois dedos de óleo nesta tina enxarcada do meu amor.
Volta pra casa e vamos rir de toda essa poeira,
porque o nosso tempo acabou de nascer, acabou de correr, acabou de morrer.
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