destruição
sugou-me a vida,
quase á morte,
a sua loucura me fez anjo
um sujo anjo sem nome
vagando pelos becos
açoitados por demônios
sem comiga ou direitos
um traseunte do inverno;
do inferno, dos bosques
negros e acabados
e quando se percebeu
um surto lhe acomenteu:
"era a treva da infância
que lhe comia as entranhas"
e com alavancas e facas
matou os bichos, matou
o tempo, e da sua solidão
instransponível
(um buraco profundo,
sem fundo, imundo)
varou a própria existência
da sua tumba, cresceu
um homem gigante,
que com seus versos
fortes, destruiu um mundo
delirante