deixei-os ao mar

deixei-os ao mar

desabotoei os anos que em mim

se arrastavam; deixei-os á beira

das águas , sentados na areia,

dei-lhes olhos o bastante, deixei-os

ao sol , soberanos;

e quando eu já estava longe, as ondas me veio

ao pensamento, sabia que a qualquer instante,

quando do mar se emanciparem,

limpariam-nos dos sentimentos

e os anos, antes presos, as galerias de veneno:

sairia galopando, como cavalo caribenho

galope! , galope! , galope

galope! , galope! , galope

galope! , galope! , galope

---------------------------------

desabotoei os anos que em mim

se arrastavam; deixei-os á beira

das águas , sentandos na areia,

dei-lhes olhos o bastante, deixei-os

ao vento, soberanos; e quando eu já estava

longe, as ondas me veio ao pensamento,

sabia que a qualquer instante, quando da maré

se emanciparem, limpariam-os dos sentimentos,

e os anos, antes presos: alegria e alegria

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 25/03/2013
Reeditado em 26/03/2013
Código do texto: T4206884
Classificação de conteúdo: seguro