CAMINHADA.
Vou seguindo caminhando,
Como filho deste chão,
Levando comigo sonhos,
Nessa peregrinação,
Desbravador dessas selvas,
Foi meu pai e meus irmãos,
Um nordestino de fibra,
Nascido lá no sertão,
Que veio aqui a essa terra,
E cumpriu sua missão,
Não foi soldado da guerra,
Nem teve fuzil na mão,
Mas foi aqui nessas matas,
Que morreu pela nação,
A mim deixou um legado,
E também a meus irmãos,
Sujeito pobre e honrado,
Sendo nobre cidadão,
Já tive as mãos calejadas,
No regar da plantação,
Quando fiz de dona enxada,
Meu suado ganha-pão,
Nas florestas de Rondônia,
Defendi o meu pirão,
Foi no peso do machado,
Tive meus braços em tensão,
Em cada pingo de suor,
Que caiam sobre o chão,
Levava um pouco de mim,
Quando a vida em exaustão,
Gastei minha mocidade,
Naquela vida de então,
Hoje tenho a liberdade,
Mas o que julguei ser bom,
Descobri as vaidades,
Quando a tudo eu disse não,
Já não aspiro fortunas,
Nem me iludo com paixão,
No amor já fui ferido,
Penso eu que sem razão,
Por está desiludido,
Trancou-me o coração.
Cosme B Araujo.
25/03/2013.