O FORTE POVO DO SERTÃO

Retornei às minhas origens, visitei ao meu torrão,
Andei por longínquas terras, o que vi vou contar,
Comprovei como vive O FORTE POVO DO SERTÃO,
O qual é mesmo um valente, vivendo a guerrear,
Por desconhecer a ciência, busca motivo ou razão,
Guerreando com tudo e todos, desejando melhorar,

A sua guerra não tem briga, mas tem explicação,
Trata-se da luta do dia a dia, buscando se alimentar,
Regido pela experiência e fé, cheio de emoção,
Acreditando em são José, e tendo que semear,
Até 19 de março, para colher no são João,
Arroz, milho, fava, e feijão, tudo tem que plantar,

Assim segue a sua guerra, preparando o duro chão,
Para cultivar naquela seca terra, tudo que ali plantar,
Mesmo no sofrimento, cuida da própria alimentação, 
Para sustentar a família, precisa assim trabalhar,
Passando de pai para filho, essa importante lição,
Que não há outra opção, o único jeito é lutar,

Quando algum teima em mudar, para outra região,
Aumenta o sofrimento, pois sem teto e sem terra,
Se torna apenas uma estatística de comparação,
A sua aventura termina, e a esperança se encerra,
Volta ao seu lugar, por não ter qualificação,
Forte e trabalhador, mas não ganhou essa guerra.