SONHO DE ALUMÍNIO

I

Ele, o Homem de Lata,

Na esperança de ter um coração,

E amar novamente aquela moça;

Partiu para a Cidade das Esmeraldas.

Pegou então a estrada de tijolos amarelos,

E migrou em busca do seu sonho.

O amor fazia-lhe muita falta.

Como é possível viver sem sentir?

II

O mesmo, dotado de razão,

Sabia muito bem que as dores,

São causadas justamente pelo coração.

Todavia, havia uma vaga lembrança:

A felicidade está contida na paixão.

Por isso foi atrás do seu sonho,

Correu o risco de se machucar;

Mas do amor não abriu mão.

III

O Leão almejava ter coragem;

O Espantalho queria inteligência;

E a menina regressar a sua cidade.

Só que o Homem de Lata;

Possuia a causa mais honrosa:

Evitar a ferrugem propagada,

Por relações superficiais.

Um belo exemplo a ser seguido.

IV

Por isso que eu digo a todos:

Vivam este sonho de alumínio!

Mesmo que venha pesar.

Mesmo que cause sofrer.

Viver sem nem tentar amar;

É existir só pra morrer.

Essa vida enlatada e vazia;

Não é a vida que eu quero ter.

V

Ao Maravilhoso Mágico de Oz;

Peço algo encarecidamente:

Peço que todo Homem de Lata;

Receba esse belo presente.

Um coração que seja capaz,

De moldar feições metálicas;

Cultivando sorrisos e lágrimas,

Abraços, carinhos, suspiros...

T S Oliveira
Enviado por T S Oliveira em 24/03/2013
Código do texto: T4205430
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