SONHO DE ALUMÍNIO
I
Ele, o Homem de Lata,
Na esperança de ter um coração,
E amar novamente aquela moça;
Partiu para a Cidade das Esmeraldas.
Pegou então a estrada de tijolos amarelos,
E migrou em busca do seu sonho.
O amor fazia-lhe muita falta.
Como é possível viver sem sentir?
II
O mesmo, dotado de razão,
Sabia muito bem que as dores,
São causadas justamente pelo coração.
Todavia, havia uma vaga lembrança:
A felicidade está contida na paixão.
Por isso foi atrás do seu sonho,
Correu o risco de se machucar;
Mas do amor não abriu mão.
III
O Leão almejava ter coragem;
O Espantalho queria inteligência;
E a menina regressar a sua cidade.
Só que o Homem de Lata;
Possuia a causa mais honrosa:
Evitar a ferrugem propagada,
Por relações superficiais.
Um belo exemplo a ser seguido.
IV
Por isso que eu digo a todos:
Vivam este sonho de alumínio!
Mesmo que venha pesar.
Mesmo que cause sofrer.
Viver sem nem tentar amar;
É existir só pra morrer.
Essa vida enlatada e vazia;
Não é a vida que eu quero ter.
V
Ao Maravilhoso Mágico de Oz;
Peço algo encarecidamente:
Peço que todo Homem de Lata;
Receba esse belo presente.
Um coração que seja capaz,
De moldar feições metálicas;
Cultivando sorrisos e lágrimas,
Abraços, carinhos, suspiros...