Da Chama E Da Cera
Ouvir a sua voz, é tudo o que não quero
e, misteriosamente, o que mais preciso...
se ela relampeja, eu me desespero...
e do desespero, se acende o sorriso...
essa chama pura da efêmera vela
que, no silêncio, será um rasto de cera...
alegria que queima e, depois, congela...
louca mordida no reflexo da pera...
mas, enquanto o combustível da sua voz
irriga a chama alegre no pavio,
o sorriso não recorda o que já sentiu
e sorri... sem saber o que virá após :
tristeza (rasto de cera de quem sorriu)
dessa vela já apagada entre nós.
23-03-2013