NAS PAREDES BRANCAS DE UM POEMA

Nas paredes brancas de um poema

segredam-se infinitas histórias na cal.
Algumas caladas, envergonhadas,
outras inventadas,
outras ainda esquecidas,
pelo pó do tempo carcomidas...

 
Nos muros nus de um poema
relembram-se breves fragmentos
de longínquos momentos:
douradas searas de trigo
onde rubras papoilas
dançavam valsa com o vento;
naus à deriva, mastros erguidos,
velas bailando ao sabor do tempo;
saudades e lágrimas que ficaram
quando amores navegantes se fizeram ao mar...
 
Nas paredes despidas de um poema
há dores e amores
gravados nas pedras angulares.
Há ternura e emoção,
há sangue, violência e sexo,
há reflexo de sentimentos complexos.
Há beijos quentes, abraços dolentes,
que tardaram em principiar,
e não morreram depois da vida terminar...
 
No teto branco de um poema
quisera eu saber escrever metade do que sinto...
Perdoa-me, por não saber escrever
poemas dignos do teu nome, amado meu...
Os que escrevo não se comparam ao teu sorriso,
ao encanto do teu abraço, à luz dos olhos teus,
minha enseada azul, minha porta do paraíso.
 
Nas paredes mal rebocadas
de cal esmaecido de um poema,
tantos sonhos guardados
em mosaicos esquecidos...
Nelas foram pintados amores vividos à beira mar.
Nelas haverá de desenhar-se
a minha e a tua história,
e a de todos que ousam amar.
 

Ana Flor do Lácio
 
 
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Grata, poeta Miguel Jacó, pela belíssima interação que veio embelezar minha sala.
 

 
Nos escombros de um poema,
Degusto o meu padecer,
Afloro minhas lambanças,
Descarto um eu e você,
Peço a Deus pela bonança,
Do que não me faça crer,
Pois as minhas esperanças,
Preciso pagar pra ver,
Tudo é mera semelhança,
O tal viver, ou morrer.
 
(Miguel Jacó)
 
 
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Grata, poeta Jacó Filho, pela belíssima interação que veio embelezar minha sala.
 

Nas paredes limpas de um poema,
Vejo lentes apontadas para o céu;
Armadores enfeitados com troféus;
Reentrâncias de fatos e esquemas...
Fuligens do tempo em fogaréus,
Espalhando o desejo, e agranel,
Permeou minh'alma tão pequena...
 
(Jacó Filho)
 
 
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Grata, poetisa HLuna, pela belíssima interação que veio embelezar minha sala.
 
Construir um poema
é erguer um edifício.
É difícil...
porém nunca impossível.
É só escolher o tema
e soltar a alma plena
- asas bailando no tempo.
 
(HLuna)
 
 
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Grata, poeta Edson dos Santos, pela belíssima interação que veio embelezar minha sala.
 
Nas linhas sublimes da vida
Uma escrita universal
De um amor eterno e cativante
Que alegra o coração...
Faz da alma um repouso
Do afeto um grande ninho
Abraça e aperta ao peito
Para não se sentir sozinho...
 
(Edson dos Santos, o poeta de Jaguaquara)


Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 23/03/2013
Reeditado em 17/04/2013
Código do texto: T4203648
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