Paro, olho e escuto

Paro, olho e escuto

Paro, olho e escuto tua alma encostar-se à minha

A respiração se faz mais forte e o corpo sente

Há calor, há contato e um silêncio mágico aparece

Não é sexo, não há beijo, só a sensação que invade

Era noite e a cama nos acolhia cansada e corroída

Era tempo de sonhos e descanso, só

Acordei com teu longo suspiro...

Parei, olhei e escutei tua alma encostar-se à minha

Elas se falaram com tal intimidade que o corpo suou

Não era calor, era talvez uma emoção do impossível ato

Elas começaram a se amar, como gente sem peso e sem culpa

Paro, olho e escuto tua alma amar a minha

Louco a olhar, paralisado no ficar, encantado estacionei a mente

Amor de almas perdidas, de nuvens abraçadas, brisas leves

Amor de flores desconexas em jardins perdidos, beija-flor único

Amor que sobe e desce montanhas sem medo de nada, puro

Foi assim que senti tua respiração mais pesada, querida

Também nada fizemos, o corpo pesado como pedra assentada

Foi um ato tão obsceno que de imediato foi censurado em vida

Não o será na morte, amor, nunca esquecido, permanecerá

Paro, olho e escuto tua alma beijar a minha

Prometem eterno silêncio e não pecar jamais

Tu ficas ali deitada a sonhar o que nunca saberei

Só sei que te amei loucamente, sem te tocar, nerudamente

Ficaremos assim combinados: amor em vida e além

Trataremos de gastar beijos e arranhar abraços até o fim

Sem nada a cobrar ou exigir, só carregando o peso carnal

Paro, olho e escuto a minh’alma dizer para tua: te amo.

Roberto Solano

Roberto Solano
Enviado por Roberto Solano em 23/03/2013
Reeditado em 23/03/2013
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