Platão ou plantão...
Do real ao irreal, safos entendimentos,
Do átomo, das essências & dos víveres,
Parafraseando na inocência dos destinos,
Tantos amargos colocados nos potes,
Cada qual se abrindo após breves momentos,
Corre mais um ano solto, numa grande larga,
Abafados sintomas escorrem pela boca, rugas,
Fios desbaratados em branca fuga, sólidos,
Repuxos para as entranhas das próximas angústias,
Não há mal que perdure, apenas a ignorância,
Batidas constantes soletram pela calma perdida,
Bate de cara com o Sol mais agreste & rude,
Simulações na verve para todos os gostos,
Aposto encravado, sugestões sempre indevidas,
Corre a dívida sem que a paga se aproxime,
Sorriso amarelo, cantos dos olhos, segura lágrima,
Balança a cabeça esperando melhor compreensão,
Porque você tem que entender de tudo & de todos,
Se nada & ninguém faz força para bem lhe entender...
Sim, mais uma porta fechada na cara ainda por cima,
Como se fosse um papel usado a descartar,
Bobagens que ficam grudando na pele ainda,
Bobagens que perduram sangrando um pouco mais,
Aforismos de plantão, tirando o sono de Platão,
Tramas mal executadas com nomes nem verídicos,
Controvérsias de supostos palacianos provincianos,
Segura outra trave no atro mais próximo, opus,
Libações trocadas afugentam a deidade escolhida,
Para riso dos malditos em minhas costas nuas,
Sangradas por mais algumas lacerações, ecos,
A nave ainda espera pela hora da partida,
Não esqueça das moedas, caso o barqueiro apareça,
Também traga uma chave, lápis & alguns papéis,
Mesmo se molharem, depois o Sol vem para secar,
Mudanças bruscas, sempre doem um pouco mais,
Talvez amanhã, volte a se lembrar com carinho,
Talvez amanhã, pare até de chorar...
Peixão89