o fogo sagrado ( ll )
Tornei-me um deus e sobre as águas agora
eu danço: e reparto entre os mitos minha fome e meu
desencanto; deixo-os na pedra, os limpos, deixo-os
no tempo, os prantos,
teu corpo na memória me alucina
e dele extraio vinho e misericórdia ...queria-o ao
meu lado, maltrátá-lo , queimá-lo, tornar-me
uma brasa sobre tua pele alucinada , te afogar na água
até que a morte lhe trouxesse um abraço;
e eu a traria de volta ( mais veloz que a morte )
mais lúcido, mais claro, como se fosse uma explosão
de vida eterna
e cheio de clemência teu coração trincaria e teus
olhos pousariam nos meus. e meu ódio também
seria tua comida e tua casa, e nós dois falariamos
como anjo em palavras e fissuras
porque uma muralha cedeu...( a floresta floresceu...)
e no peito, no meu peito até então gelado
uma horda de demônios poriam fogo, gritariam e
dançariam e corpos nus falariam de sua vontades
de seus desejos e suas carnes seriam ritos e pecados
então eu teria força de um castigado
passaria pela porta do inferno e mataria
o cão de três cabeças que nos força o rasgo
de lavas...
a montanha me faria profano.
e ambaixo do sol e da chuva
e sobre a terra miserável
aos olhos de satanás ou dos infelizes
a nossa vida seria um ato,
e os corpos seriam sexo e aos olhos,
os olhos seriam verdades