tornei-me um deus

Tornei-me um deus e sobre as águas agora

eu danço: e reparto entre os mitos minha fome e meu

desencanto; Sou um deus errado, desses que sofre por amor...

um deus longe de casa, ingrato, impuro e em muitos lugares

uma jarro ou apenas um retrato

teu corpo, em lembranças, me alucina

e dele extraio vinho e perdão...queria-o ao

meu lado, maltrátá-lo , queimá-lo, tornar-me

uma brasa sobre teus seios, te afogar na água

até que a morte lhe traria um suspiro final

e eu eu traria de volta ( mais veloz que a morte)

mais lúcida, mais clara,

e cheio de clemência teu coração trincava e teu

olhos pousariam nos meus. e meu ádio também

seria tua comida e tua casa

para sair dos campos

da vida infanta , dos

anos impestuosos, das guerras,

do generais idiotas...da estupidez

inscrita nos olhos dos homens

pra ficar limpo pra ficar bonito

para que meu amor se tornasse

uma guerra, pra que do meu

corpo não morasse nada mais

além de fogo e tempestade;

eu passaria pela porta e mataria

o cão de três cabeças que

protege de nós, deuses em

ascenção , o rasgo que no

tempo nos faria profano.

e ambaixo do sol e da chuva

aos olhos de satanás ou de qualquer

criatura inventada,

a nossa vida seria um ato,

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 22/03/2013
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