Simples, mas não fácil.

Há o que a gente acha

e o que simplesmente é.

Há o que a gente resolve

e o que simplesmente se sabe.

E há o que a gente quer

e o que simplesmente não quer.

Os motivos do querer e do não querer

não são racionais

ou cognitivos.

Não dariam uma tese de mestrado,

não caberiam numa dissertação,

e eu ainda não sei se cabem

em um poema.

Quando a gente não quer,

motivos brotam.

E, quando a gente quer

de verdade,

aos "nãos",

terra!

(Flávia Côrtes - março de 2013)

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