Outono
É chegado o Outono nas almas,
o tédio das águas calmas.
O manso morrer do viço,
o triste morrer do sofrer mortiço.
Prenúncio do Inverno, enquanto ainda os há.
Sem Arco-Iris, deixado em Shangrilá.
Poucas cores que se vão sumindo,
projetos que se vão resumindo.
Frio vento. Silêncio e desalento.
Folhas que voam num só momento.
Idéias que voam num só lamento.
A rua deserta,
o silêncio que grita.
Tantas ausências...