PALAVRAS
(Sócrates Di Lima)
Palavras escritas na alma minha,
Palavras que pelas minhas frestas a alma olha,
Palavras que ao longe caminha,
E em folhas secas o vento desfolha.
E quando as palavras fazem rir,
O coração explode de alegria,
Mas, quando as palavras pode ferir,
O coração entra em disritmia.
Palavras que tecem mentiras,
Palavras que lavram verdades,
Palavras que se contorcem em iras,
E matam todas as verdades.
Palavras escritas na palma da mão,
Nos dedos e no coração,
É cada palavra que traça emoção,
No caminho que leva a uma razão.
Palavras....
Doces e amargas,
Escravas,
Das vontades profundas e largas.
Palavras bem ditas,
Que o universo esconde,
Palavras mal ditas,
Que o universo responde.
Palavras que fazem orações,
Regozijam....
Que fazem canções,
E que nunca finjam.
Palavras que os lábios gritam,
E as vezes o pensamento silencia,
São as palavras que machucam,
Quando o sim é ínfimo, e o não vicia.
E com quantas palavras se escreve paz!,
Quantas ditam o amor!,
Tantas que em algum momento se faz,
Espinho e flor.
Palavras de sensibilidade plena,
De mágoa tanta,
Que causam asco e pena,
Que derruba e não levanta.
Palavras de vida ativa,
Palavras de morte,
Palavras que cativa,
Que dá sorte.
Há palavras que digo que machucam,
outras que ouço me ferem,
Mas todas as palavras de amor ficam,
A alma e o coração aderem.
Há palavras que é carinho,
Outras emergem da boca como um soco,
Uma mostram o caminho,
Outras dão um inútil troco.
Para os mudos não gestos labiais mimicos,
Não adianta mostrar cores ao cegos,
Há palavras que são abalos sísmicos,
Algumas é atitude que tatuam outras pregos.
Mas, de todas as palavras que se oriunda,
Algumas tem valoração permamente,
Paravras da alma de amizade profunda,
Palavras de amor e ódio que o coração sente.
Das duas palavras uma eu pronuncio,
O ódio não faz parte do meu dicionário,
Do amor verdadeiro eu sempre me vicio,
A cada santo dia do meu calendário.