Quando Não Quero
Eu sou todo essa vontade de fugir
De desaparecer, de ser esquecido
De submergir, e emergir, combalido
Obliterado, de tudo quanto possa urgir.
Eu sou todo esse desejo de morte
De quem nunca se deu com a sorte
De quem sempre teve o crânio partido
E viu as esperanças escorrerem feito fluído.
Eu sou como a curva de um rio
Que altera os caminhos, os mapas.
Eu retenho a sujeira, modifico os chacras
E estagnado escorro, idólatra das coisas parcas.
Eu sou todo esse monte de Nada
Que em nada redunda
Que em nada retumba
Que em nada nada e em nada se afoga.
20/03/2013 - 21h05m