Do Noturno Rio

Arde (no noturno rio das minhas veias)

a brasa negra que nutre o incenso...

e a saudade (que acende as luas cheias)

é o perfume da fumaça do que penso.

E quando a solidão se aproxima,

feito abutre (assombrosa e cruel),

eu acendo o pavio da minha rima

dentro do rio da tristeza (no papel).

E, assim, a brasa negra e a poesia

(que queimam nas águas do noturno rio)

perfumam a pele desse arrepio

que a alma sente na noite vazia...

e, então, é o coração que se arrepia

cheio...e, ensolaradamente, febril.

20-03-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 20/03/2013
Reeditado em 10/12/2015
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