Zé Jão

João ou José,

Agora não sei qual é,

Andou magoado pelos cantos.

Há muito sua música não fluía

Que a realidade que vivia

Perdeu seus encantos.

O pai de João ou José

Vontade de dar no pé

Em ver a cria caminhando errado.

Vestiu de fé o medo que sentiu

Alimentou sua mania de senil

E tentou não ver o outro lado.

João ou José

E seu pai, o zé mané,

Andaram se ouvindo pela metade

O zé pai primeira vez questionou

O zé Jão disse que mudou

E os dois perderam a vontade.

João ou José,

A gente sabe como é,

Sente que lhe espera um castigo

O ópio não curou seu pranto

A matemática faliu no ponto

Agora ele não tem nem amigo.

João ou José,

O pai quase perde a fé,

Na pergunta ‘de onde vem’.

Primeira vez perdeu a calma

Não soube onde enfiar a alma

Esqueceu-se de ser homem de bem.

João ou José,

Tanto faz qual deles é,

Se meteu a ouvir o outro lado.

Antes fosse arrogante

Ou, talvez, ignorante

Mas era filho de seu pai amado.

De que ópio é o ópio da tua certeza?

E agora, José?

E aí, Zé mané?

Vai dar de João ninguém?

Adriana Campos K
Enviado por Adriana Campos K em 20/03/2013
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