abrir-se
é sábio e acordado
o dia que se
abre diante da dor;
mas tenho uma flor
degenerada que voa
uma palidez na vida
aos olhos dos companheiros;
que ainda guarda os
pratos sujos da última refeição
sentidos aviltados e
que não lhe fala de cegueiras
e das palavras infames que
lhe digere a força e que
lhes corta, no segredo da noite,
o rio do coração;
as bandeirolas ao vento
acenam e disso, pelo menos
disso não sentimos vergonha...
e das as lembranças velhas
já não fazemos plataforma;
e as cicatrizes
apenas nos faz lembrar
da guerra e dos desertos
que atravessamos...
sigo , certo
de que o céu é vasto e belo
e que atrás do horizonte as
noites me ampara:
os medos, infiltrados
nos olhares e nos apertos de mão
continuam ...mas dele não fazemos
discurso, ou reunião,
deixemos que isso exista
deixemos que o ódio exista