Soneto Impróprio
Rasteja luz cambiante esta fera
tramando com seu fio a muda teia
sangue coagulando primavera
rastros cinzelando peixes na areia
Acende a incandescencia da lágrima
no lusco-fusco da chama evaporada
essa fumaça evolando em mim amálgama
o torpor da cinza mal traçada
Dolorosa flor sobre a quimera
que velada um dia vazou da rima
essa luz perdida sobre a terra
Sangra das profundezas da retina
revolve na alma tempo eflúvea era
essa faísca de argila peregrina