O carreiro
Velho carreiro anda tão calado
Parece cansado em meio ao dissabor.
Seus olhos tristes ficam anuviados
Desconsolado vendo o que passou.
O velho carreiro trilha os caminhos
Que tantas vezes ele carreou
Leva o peito todo insatisfeito
Não tem direito de ouvir seu cantor...
Foi obrigado a deixar seu canto
O belo recanto onde morou
Com os olhos chorosos partiu pra cidade
Levando um feixe de magoa e de dor.
Seu velho carro ficou esquecido,
E o tempo fugido de seu carrear,
Ficou tristonho, quando abandonado,
largado ao tempo sem poder cantar
O velho carro parece que sente
A dor e tormento de seu condutor
com eixo colado ora desolado
Fica lá parado frente o estradão
Quiçá também sente a dor da saudade
Inda que sem alma e sem coração.