GRADES
Teu olhar me fitava com todo cuidado,
como quem olha um prisioneiro
na solidão de um cárcere privado.
Tua boca inundada de tanto desejo,
imaculada buscava certeiro,
na sofreguidão, o néctar do beijo.
Ali enclausurado também te observava,
eu presidiário da tua beleza,
sempre algemado por tua incerteza.
Mas não havia grade nem corrente,
só olhares intrépidos e a ilusão,
que prende a gente pelo coração.
Saulo Campos - Itabira MG